Uma advogada foi detida na manhã desta quinta-feira (17) em Feira de Santana durante a Operação Skywalker, uma ação do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), com apoio da Polícia Civil da Bahia e do Gaeco. A prisão ocorreu em sua residência, em um bairro não revelado na cidade, e contou também com a detenção de outra pessoa.

A delegada Klaudine Passos, coordenadora adjunta da Polícia Civil, explicou que, por se tratar de uma profissional do Direito, a advogada teve direito a uma sala de Estado Maior no Complexo Policial, conforme a legislação vigente. Ela está prevista para audiência de custódia e, caso a prisão preventiva seja mantida, será encaminhada ao Conjunto Penal de Feira de Santana. Sobre as investigações, a delegada limitou-se a informar que apuram uma organização criminosa, com o Draco conduzindo a investigação a partir de Salvador.

O advogado da advogada presa, Caio Vitor Menezes, declarou que a prisão preventiva foi decretada por um juiz plantonista sem que a defesa tenha acesso ao conteúdo da denúncia ou ao relatório final policial. Segundo ele, os fatos investigados envolvem questões financeiras, ainda muito superficiais. Ele critica a medida como “injusta” e “excessiva”, alegando que não foi possível ainda conversar com a cliente, que está custodiada na carceragem da Polícia Civil.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), subseção Feira de Santana, acompanhou todo o processo desde o início. Daniel Vitor, secretário adjunto da entidade, destacou a falta de estrutura adequada na cidade, como a ausência de sala de Estado Maior para advogados, e informou que a OAB irá elaborar relatórios para serem enviados à Justiça. A instituição atua para garantir que os direitos da advogada sejam respeitados durante as diligências e aguarda a decisão judicial sobre a manutenção da prisão.