O desmatamento na Amazônia Legal voltou a disparar no primeiro semestre de 2025, quebrando a tendência de queda dos últimos anos. De acordo com dados oficiais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram devastados 2.090 km² entre janeiro e junho, um salto de 27% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando a área atingida foi de 1.645 km². Este é o primeiro aumento registrado durante o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prometeu zerar o desmatamento até 2030.
O sistema Deter, que monitora alertas em tempo real, aponta que os estados do Mato Grosso, Pará e Amazonas concentraram a maior parte da destruição, somando quase 400 km² de área perdida. Mato Grosso lidera o ranking, com 206 km² devastados, colocando em evidência a intensificação das ações ilegais e a vulnerabilidade da floresta nesta região estratégica.
O Ministério do Meio Ambiente explicou que parte do crescimento nos números do desmatamento está ligada aos incêndios florestais ocorridos entre agosto e outubro de 2024, que teriam aumentados os impactos e deixado áreas ainda mais suscetíveis à exploração predatória. Apesar do cenário preocupante na Amazônia, o bioma Cerrado apresentou uma redução de 9,8% na área desmatada, caindo de 3.724,3 km² em 2024 para 3.358,3 km² neste ano.
Este aumento repentino na devastação da Amazônia chama atenção para os desafios que o governo enfrenta na meta de conteúdo ambiental para a COP-30, prevista para novembro em Belém (PA). A situação reforça a urgência em intensificar as políticas e ações de fiscalização para conter o avanço da degradação neste que é um dos ecossistemas mais importantes do planeta.