O Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), em Feira de Santana, soa o alarme: quase 700 colonoscopias feitas este ano revelaram um índice assustador de 40% de pólipos detectados. Segundo o Dr. Victor Galvão, coordenador do Centro de Hemorragia Digestiva do Interior (CHDI), a maioria dessas lesões – cerca de 80% – são adenomas, que podem evoluir para câncer se não tratados. Isso reforça a necessidade imediata de ampliar o rastreamento da população, inclusive entre jovens adultos.

Os dados são ainda mais preocupantes quando analisados sob a luz da tendência nacional. Estudo recente do Instituto Nacional de Câncer (INCA), publicado na Revista Brasileira de Cancerologia, apontou que quase 20% dos casos de câncer colorretal no Brasil afetam pessoas com até 50 anos. Entre elas, 4,7% têm entre 31 e 40 anos, e 12,5% entre 41 e 50 anos, derrubando o mito de que a doença é problema exclusivamente da terceira idade.

O Dr. Victor Galvão ressalta a urgência de ações preventivas: “Não podemos ignorar sintomas suspeitos. A prevenção pré-primária, como hábitos saudáveis, e a prevenção secundária com colonoscopias para identificação e remoção de pólipos, são nossas melhores armas contra essa ameaça silenciosa.”

A realidade em Feira de Santana reforça um alerta nacional e exige mobilização urgente das autoridades de saúde locais para proteger uma população cada vez mais jovem e vulnerável ao câncer colorretal.