Quem resistiu à febre dos doces com morango, brigadeiro branco e aquela calda vermelha brilhante? Por trás da aparência irresistível, essa combinação popular esconde um perigo silencioso: o uso de corantes alimentares artificiais que podem trazer sérios riscos à saúde. Morangos já são conhecidos por sua alta concentração de agrotóxicos, mas o que pouco se fala é sobre os corantes sintéticos que colorem as caldas vermelhas dessas receitas.
Pesquisas recentes, como o estudo “Synthetic food dye Allura Red AC causes DNA damage and colon inflammation” publicado na PubMed Central, apontam que o corante vermelho 40, presente em muitas dessas caldas, provoca inflamação colônica, desequilíbrio intestinal e danos ao DNA, aumentando o risco de desenvolver câncer colorretal, especialmente em dietas ricas em gordura. O vermelho 3, ou eritrosina, por sua vez, embora ainda seja permitido no Brasil pela Anvisa, já foi banido há anos em diversos países devido à sua ligação com hiperatividade infantil e potencial cancerígeno comprovado em animais.
Países como EUA, União Europeia, Austrália, Japão, Reino Unido e muitos outros proibiram o uso do corante vermelho 3 em alimentos. Mesmo com esses alertas, no Brasil a indústria mantém seu uso dentro dos limites regulamentados, o que levanta a dúvida: existe mesmo um limite seguro para a exposição constante a esses aditivos em alimentos ultraprocessados? Enquanto isso, um projeto de lei no Texas ameaça obrigar fabricantes a incluir avisos de perigo em embalagens a partir de 2027, refletindo a urgência de repensar o uso indiscriminado desses ingredientes.
Essa situação revela como corantes presentes até em alimentos salgados podem estar colocando a saúde pública em risco, exigindo maior atenção do consumidor e ações concretas das autoridades brasileiras para proteger a população dos efeitos nocivos desses compostos sintéticos.