Em uma cerimônia emocionante realizada em junho deste ano no templo Shinōzan Takuonji, em Yguazú, no Paraguai, a baiana Roselí Eliguara Ynaê Araújo, 39 anos, alcançou um marco histórico. Ela se tornou a primeira monja zen budista afro indígena da linhagem japonesa Soto Zen, uma tradição que atravessa mais de sete séculos.
Após o ritual de ordenação, Roselí recebeu o nome de Rōzen, assumindo um papel inédito para a diversidade cultural dentro do zen budismo. Sua conquista representa não só uma vitória pessoal, mas também uma quebra de barreiras étnicas e culturais dentro de uma tradição milenar.
Ao unir suas origens afro indígenas com a filosofia do Soto Zen, Rōzen simboliza a força de uma nova geração que traz pluralidade e representatividade para o budismo no Brasil e na América Latina. Sua história inspira um diálogo profundo entre identidades e espiritualidade.
Esse fato raro e significativo destaca a ampliação do zen budismo para além das fronteiras japonesas, mostrando como tradições ancestrais podem ser vividas com autenticidade por diferentes povos e culturas. Rōzen é agora uma referência para muitos que buscam inclusão dentro do mundo espiritual.