Uma multidão de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro tomou conta de duas quadras da emblemática Avenida Paulista, na tarde deste domingo (3), entre a Fiesp e o Parque do Trianon. O protesto teve como foco principais demandas inflamadas: anistia ao ex-presidente e aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro, apoio às tarifas de 50% anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e pedidos de impeachment e prisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Organizado por políticos de direita e líderes religiosos afinados com o ex-chefe do Executivo, como o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, o ato reuniu frequentes símbolos nacionais lusófonos, mas também muitas bandeiras dos Estados Unidos, refletindo um alinhamento político explícito. Enquanto Bolsonaro segue cumprindo rigoroso regime de tornozeleira eletrônica e restrições de horário impostas pelo STF, o governador paulista Tarcísio de Freitas, aliado do ex-presidente, faltou ao evento devido a um compromisso médico.

A manifestação defende a anistia ampla aos envolvidos no asalto aos Três Poderes em 8 de janeiro, episódio marcado por depredações e considerado pela Procuradoria-Geral da República o ponto alto de uma trama golpista iniciada desde 2021. Em setembro, o STF deve analisar a possível condenação de Bolsonaro e outros sete réus acusados de chefiar a organização criminosa que arquitetou os ataques.

O protesto também serviu para apoiar publicamente Donald Trump, que vem pressionando o Brasil com sanções e tarifas para tentar influenciar decisões judiciais contra Bolsonaro, e enalteceu o papel de Eduardo Bolsonaro nas negociações em Washington. A Polícia Militar reforçou a segurança no local, sem divulgar números oficiais, enquanto a Prefeitura bloqueou a via para circulação dos veículos durante o evento.