O ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) provocou um ciclone político nesta segunda-feira (4) ao decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A medida dura foi motivada pelo flagrante descumprimento das restrições impostas a Bolsonaro, incluindo a proibição de usar redes sociais.

Segundo Moraes, Bolsonaro não usou diretamente suas contas, mas mobilizou aliados e até seus três filhos parlamentares para disparar ataques diretos ao STF e para pedir intervenção estrangeira no Judiciário. O ministro foi categórico: ficou claro o “descumprimento da medida cautelar” e a estratégia para burlar as regras, mantendo influência nas redes através de terceiros.

Diante dos fatos, Alexandre de Moraes mandou Bolsonaro cumprir prisão domiciliar, impondo restrições severas para conter o que ele chamou de “reiteração delitiva” por parte do ex-presidente. A decisão ocorre no contexto do inquérito sobre tentativa de golpe de Estado nas eleições de 2022, situação que já coloca Bolsonaro como réu em processos cruciais no STF.

Nem mesmo o cumprimento de mandados de busca e apreensão na residência de Bolsonaro, por ordem da Polícia Federal, no mesmo dia, foi capaz de evitar essa escalada. A decisão também chama atenção pelo timing: às vésperas de um novo “tarifaço” anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que impõe tarifas altas ao Brasil e outras nações a partir de 6 de agosto.