O Brasil retornou com força ao mapa mundial dos países com maior parcela de crianças não vacinadas, segundo um recente relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Dados alarmantes revelam que o número de crianças brasileiras que perderam a primeira dose da vacina tríplice bacteriana (DTP), vital para proteção contra difteria, tétano e coqueluche, saltou de 103 mil em 2023 para impressionantes 229 mil em 2024.
Com esse aumento assustador, o Brasil agora ocupa a 17ª posição entre as 20 nações com maior índice de crianças sem imunização, caindo numa lista que inclui países como Mianmar, Camarões e Costa do Marfim. O que chama atenção é que, no ano passado, o país havia conseguido sair desse ranking graças a avanços significativos na cobertura vacinal — um retrocesso preocupante.
O relatório global destaca que mais da metade das crianças não vacinadas do mundo está concentrada em apenas nove países, incluindo Nigéria, Índia e Sudão. Também chama atenção a baixa adesão em outras campanhas de imunização importantes: a vacina contra o HPV atingiu apenas 31% da cobertura entre adolescentes, muito distante da meta global de 90% para 2030. Enquanto isso, o sarampo avança lentamente, com a cobertura da primeira dose passando de 83% para 84%, e a segunda dose de 74% para 76%, ainda aquém dos níveis esperados, especialmente após a pandemia.
Esses números preocupantes alertam para o risco de ressurgimento de doenças graves e apontam para desafios urgentes que o Brasil precisa enfrentar na luta pela proteção da saúde infantil e a garantia do direito à imunização plena.