O Brasil vive uma profunda divisão causada pela ofensiva do governo Trump contra o país, que nas últimas semanas intensificou ataques à soberania nacional, suscitando reações opostas entre autoridades, setores da sociedade civil e a população. Enquanto setores repudiaram as ações como uma agressão externa e uma trama bolsonarista, os apoiadores de Jair Bolsonaro responsabilizam o governo Lula e o STF, especialmente o ministro Alexandre de Moraes, pelo agravamento da crise diplomática.
As ruas de Brasília foram o palco dos embates simbólicos. Na terça-feira, milhares de motociclistas manifestaram apoio a Bolsonaro, que optou por ficar em silêncio, enquanto, na sexta-feira, manifestantes contrários protestaram na frente da embaixada americana. Novos atos políticos prometem manter acesa a contenda em Brasília, aprofundando a polarização da população frente às pressões e aumento das tarifas norte-americanas e ataques verbais ao Judiciário brasileiro.
Pesquisas recentes do Datafolha refletem essa disputa acirrada: a revogação do visto de Alexandre de Moraes e outros ministros do STF agrada 47% dos brasileiros, enquanto 42% são contra. Quanto ao destino de Bolsonaro, o Brasil está tecnicamente dividido, com 48% querendo sua prisão e 46% desejando sua liberdade. O choque fica ainda mais claro na análise do posicionamento político, com 82% dos eleitores de Lula criticando Trump e 66% dos bolsonaristas apoiando suas ações.
Contra as sanções econômicas e interferências, a deputada federal Dandara Tonantzin (PT-MG) reafirmou em ato público que o país não pode aceitar intromissões externas. "É inaceitável que Trump interfira na política e no Judiciário brasileiros. O povo ocupa as ruas para mostrar que a taxação é um absurdo, principalmente nos setores econômicos", afirmou, evidenciando o impacto negativo dessa crise nas relações bilaterais.