O Brasil encerrou 2024 com 59,2% das crianças alfabetizadas até o fim do 2º ano do ensino fundamental na rede pública, segundo dados do Ministério da Educação (MEC). O percentual ficou aquém da meta de 60% prevista pelo Compromisso Nacional Criança Alfabetizada para este ano, frustrando expectativas do governo federal.

O principal fator que derrubou o resultado nacional foi a forte queda no Rio Grande do Sul, onde o índice despencou de 63,4% em 2023 para apenas 44,7% em 2024. Segundo o ministro da Educação, Camilo Santana, as chuvas intensas que provocaram uma situação de calamidade no estado impediram que as crianças frequentassem as escolas e afetaram severamente a aprendizagem, puxando para baixo a média do país.

Dos mais de 2 milhões de estudantes avaliados em 5.450 municípios, 58% apresentaram melhoria no índice de alfabetização, e 53% das cidades alcançaram a meta. Apenas 11 estados atingiram as metas projetadas, com destaque para o Ceará, que alcançou 85,3%, superando até as metas previstas para 2030. Em contrapartida, oito estados seguem com menos de metade das crianças alfabetizadas, colocando-os como prioridade para ações do MEC. Técnicos do ministério têm intensificado visitas e suporte técnico nesses locais para reverter o quadro.

O governo reafirma que a alfabetização é prioridade nacional e que os esforços para recuperação da aprendizagem, especialmente após os impactos da pandemia, estão sendo intensificados. A secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Schweickardt, reforçou que apoio contínuo e acompanhamento próximo são oferecidos aos municípios para impulsionar os índices nos próximos anos, visando alcançar a meta de mais de 80% até 2030.