O anúncio da taxação de 50% sobre produtos brasileiros feita pelo governo Donald Trump nesta quarta-feira, 9, já movimenta os bastidores do Palácio do Planalto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estuda uma série de medidas para enfrentar o impacto da decisão dos Estados Unidos, com três estratégias bem definidas ganhando força nos corredores do poder.
A primeira frente é a ampliação das parcerias comerciais do Brasil. Atualmente, os EUA são o segundo maior parceiro comercial do país, atrás da China, mas o governo pretende intensificar contatos com nações como Canadá, Coreia do Sul, Emirados Árabes, União Europeia e Vietnã, buscando diversificar e fortalecer a economia nacional diante do choque da tarifa americana.
Outra jogada política destacada é explorar o desgaste da oposição, especialmente do ex-presidente Jair Bolsonaro e do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, que teria pressionado Trump a adotar as tarifas. A medida dos EUA pode atingir diretamente setores próximos a Bolsonaro, como o agronegócio, e até aliados dele já começaram a pedir mediação para evitar uma crise econômica. No Planalto, cresce a expectativa de que o próprio grupo bolsonarista volte atrás e peça a revogação da taxação.
Por fim, o governo avalia uma resposta mais dura, com a possibilidade de retaliação oficial com base na Lei da Reciprocidade Econômica – mecanismo que autoriza o Brasil a impor restrições comerciais e suspender concessões feitas a parceiros que ataquem unilateralmente o país. Lula já mencionou essa lei em sua resposta a Trump, sinalizando que o embate pode elevar a rixa entre as duas potências e trazer riscos para o comércio internacional.