Na última segunda-feira (14), Camaçari foi palco de um encontro decisivo: a Conferência Territorial de Promoção da Igualdade Racial da Região Metropolitana de Salvador, realizada no Colégio Estadual de Tempo Integral Gonçalo Muniz. O evento, organizado pela Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi), reuniu representantes de diversos municípios para fortalecer a mobilização prevista para a IV Conferência Estadual, marcada para agosto em Salvador.
Durante a manhã, a presença da Unidade Móvel do Centro de Referência Nelson Mandela trouxe à comunidade a Biblioteca Carolina Maria de Jesus, a primeira da Bahia dedicada à temática racial de forma interdisciplinar. A palestra de destaque ficou por conta do professor Zulu Araújo, mestre e doutor em áreas estratégicas, que provocou reflexões intensas para os debates. Após a abertura oficial com lideranças públicas e da sociedade civil, a tarde foi reservada para grupos de trabalho empenhados em criar propostas eficazes para combater o racismo estrutural e fomentar políticas públicas que promovam a igualdade racial.
Encerrando o encontro, as propostas foram validadas em plenária, onde também foram escolhidos os delegados que representarão a Região Metropolitana na etapa estadual da conferência. Ângela Guimarães, secretária da Sepromi, destacou a importância deste momento coletivo para garantir direitos às populações negras, indígenas e tradicionais. “Não haverá justiça nem democracia enquanto o racismo persistir”, afirmou, reforçando a necessidade da união de poderes e atores sociais na construção de uma agenda de reparação.
Este evento é uma das 11 conferências territoriais programadas pela Bahia em julho, essenciais para consolidar diretrizes que serão apresentadas na V Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, em setembro, em Brasília. Marina Duarte, presidenta do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, e Ademir Santos, presidente do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra, salientaram que o momento é de exigir reparação concreta e inovar nas políticas públicas para garantir representação e respeito a todos os povos.