Na manhã desta segunda-feira (4), a Câmara de Vereadores de Feira de Santana marcou o início do segundo semestre legislativo promovendo um inusitado culto ecumênico. O presidente do Legislativo, vereador Marcos Lima (UB), defendeu que a cerimônia é uma forma de afastar antigos conflitos e colocar a cidade nas mãos de Deus, num gesto simbólico para tentar deixar para trás os episódios de tumulto que assolaram a casa durante a gestão passada.
"Nossa casa já foi uma cadeia pública antes, e estamos cansados das brigas que não representam a vontade da população. Nossa intenção é trabalhar com leveza e transparência", afirmou Marcos Lima, que também garantiu que na terça (5) a Câmara estará pronta para receber a comunidade, com projetos já encaminhados e o aguardado orçamento do Executivo prestes a chegar.
Mas o tom conciliatório esbarra em sérios problemas administrativos: a Câmara enfrenta atraso no pagamento e falta de recursos, complicando desde o aluguel de veículos para os vereadores – cujo contrato com a Localiza foi encerrado após a empresa desistir da licitação – até a paralisação das obras do prédio anexo. Uma nova licitação foi realizada e prevê a contratação de uma nova frota, prometendo 21 carros para facilitar o trabalho dos edis nos bairros e distritos da cidade.
Sobre o prédio anexo, a situação é ainda mais preocupante: a auditoria revelou que já foram pagos mais de R$ 1,5 milhão a uma empresa que não entregou os serviços contratados. Apesar das cobranças formais e reuniões, a empresa não retornou às obras, o que levou o Ministério Público da Bahia a se envolver no caso para cobrar providências. O presidente Marcos Lima não esconde a frustração e promete lutar para que os problemas sejam solucionados o quanto antes.