A Justiça Eleitoral da Bahia deu um golpe duro na política de Maragogipe, no Recôncavo: cinco vereadores tiveram seus mandatos cassados por fraude nas cotas de gênero, de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE). A decisão, anunciada na última quinta-feira (10), veio após denúncias feitas pela coligação "Experiência Que Faz A Diferença Maragogipe", que reuniu partidos como PRTB, PSD, Republicanos e Solidariedade.

As ações judiciais contra os vereadores foram movidas por dois partidos, Podemos e União Brasil. Além dos parlamentares eleitos, duas candidatas que não alcançaram vitória também foram punidas com inelegibilidade por oito anos. Os nomes envolvidos são Tawan Pereira da Silva, Enádio Nunes Pinto e Adailton Correia Cruz (Podemos), Fabinho de São Roque e Roberval Filho (União Brasil). As candidatas Gilmaci Dos Santos e Rosineia Borges De Sousa Dos Santos, do Podemos, também foram alvo da decisão.

Em entrevista, Heber Santa, presidente do Podemos na Bahia, destacou o compromisso do partido com a participação feminina na política e o papel fundamental da Justiça para impedir fraudes que afrontam as regras de fortalecimento das mulheres na eleição. Até o fechamento desta reportagem, o União Brasil não havia se manifestado sobre o caso.

A imposição das cotas de gênero é uma determinação da Lei das Eleições que exige um mínimo de 30% de candidaturas femininas nas casas legislativas. A regra busca garantir maior equidade e estimular a participação das mulheres no Legislativo, nas Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas e Câmara dos Deputados. Agora, Maragogipe enfrenta o impacto direto dessa cassação que sacode sua política local.