Uma clínica de estética localizada no bairro da Pituba, em Salvador, foi condenada a pagar R$ 10 mil de indenização a uma biomédica vítima de assédio moral e discriminação estética. Segundo o Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA), a trabalhadora sofreu humilhações constantes pelas próprias sócias do estabelecimento, que faziam comentários pejorativos sobre seu corpo e a pressionavam para emagrecer.

A biomédica relatou que era chamada de “gorda” em tom ofensivo na frente de clientes e colegas, além de ser obrigada a usar roupas pretas para "parecer mais magra", enquanto as demais funcionárias usavam uniformes brancos. Essa situação degradante minou sua autoestima e afetou sua imagem profissional, forçando-a a pedir demissão para tentar preservar sua saúde emocional.

Após buscar justiça, a trabalhadora entrou com processo contra a clínica, que, mesmo notificada, não compareceu à audiência, gerando revelia. A juíza da 26ª Vara do Trabalho de Salvador anulou o pedido de demissão por coerção e reconheceu a dispensa como sem justa causa, determinando a indenização. A empresa recorreu, mas o Tribunal manteve a decisão, destacando a gravidade do assédio sofrido.

Os desembargadores Renato Simões, Esequias de Oliveira e Maria de Lourdes Linhares formaram decisão unânime que reforça a proteção dos trabalhadores contra humilhações e discriminações no ambiente profissional, premiando a biomédica com compensação e a reintegração de seus direitos.