Após um dia tenso de ocupação do Congresso, deputados ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro costuraram um acordo com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), na noite desta quarta-feira, 6. O pacto, apelidado de “pacote da paz”, visa criar uma trégua política para apaziguar os ânimos acirrados após os atos golpistas do dia 8 de janeiro.

Entre os pontos centrais do acordo estão a aceleração do processo para o fim do foro privilegiado e a concessão de anistia aos envolvidos nos tumultos e invasões. No entanto, ficaram de fora discussões polêmicas como o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, além das decisões monocráticas que têm causado tanta controvérsia.

Curiosamente, embora Hugo Motta tenha aceitado o compromisso, ele não ficará à frente da articulação para garantir os votos necessários para aprovar as medidas. Essa responsabilidade foi transferida para os partidos União Brasil e PP, que assumiram a linha de frente na batalha política para conduzir essa delicada negociação.

O acordo representa um movimento estratégico para tentar colocar fim à crise política que vem varrendo o país, trazendo à tona debates fundamentais sobre a justiça, imunidade parlamentar e a responsabilização por atos antidemocráticos. O cenário agora depende da mobilização desses partidos e da receptividade dos demais parlamentares.