Em meio à disparada da inflação, brasileiros estão recorrendo ao consórcio como estratégia para adquirir bens pagando menos. De acordo com a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), o setor bateu recorde histórico com mais de 2 milhões de cotas comercializadas, número inédito em 20 anos. O fenômeno acontece em diferentes áreas, desde veículos e imóveis até eletrônicos e produtos agrícolas.

Cléber Gomes, CEO e fundador da Maestria, empresa especialista em consórcios, destaca que, com a escolha da modalidade correta para cada perfil, a economia pode ser até dez vezes maior em comparação ao financiamento tradicional. “Para quem pode esperar, o consórcio é a melhor saída para fugir dos juros altos”, explica Gomes, ressaltando que o valor investido durante o contrato corrige monetariamente e não perde valor ao longo do tempo.

Entre as modalidades mais populares estão as voltadas a bens de consumo como eletroeletrônicos, viagens e cirurgias estéticas, além dos tradicionais consórcios de imóveis e veículos. Empresas também têm abraçado a modalidade para substituir dívidas caras, especialmente nos setores de transporte, construção e agronegócio. No campo, o consórcio cresceu 400% na última década e virou solução para produtores rurais que enfrentam juros superiores a 20% ao ano no mercado financeiro.

O consórcio funciona como uma compra planejada, onde os participantes pagam parcelas mensais e podem ser contemplados por sorteio ou lance. Para acelerar a contemplação, especialistas aconselham fazer lances mensais, inclusive com uso do FGTS para imóveis. A taxa administrativa, sem cobrança de juros, pode ser até dez vezes menor que os encargos dos financiamentos. Dessa forma, o consórcio consolida-se como uma alternativa real e cada vez mais atraente diante do cenário econômico brasileiro.