A tempestade está longe de passar para clientes e bancários do Itaú na Bahia. Três agências de Salvador deixam para trás milhares de correntistas desamparados: Brotas já fechou as portas, enquanto Cabula e Imbuí encerram atividades até 16 de julho, afetando diretamente cerca de 73 mil pessoas. A tensão cresceu na última terça (8), quando trabalhadores protestaram contra o fechamento da unidade do Imbuí, que funciona há 25 anos, em uma batalha que vai muito além do simples encerramento de serviços bancários.

Mas o drama não para na capital. Em Feira de Santana, o fechamento de mais uma agência na Avenida Maria Quitéria, marcado para 20 de julho, eleva para cinco o total de unidades encerradas no município, mesmo com o banco registrando um lucro de absurdos R$ 40 bilhões. A população sente o impacto pesado: clientes ficam vulneráveis, funcionários enfrentam remanejamentos ou possíveis demissões, e o comércio local começa a ver seus negócios ameaçados pelo sumiço dos pontos físicos de atendimento.

O Sindicato dos Bancários de Feira de Santana convoca uma manifestação para segunda-feira (14), às 9h, em frente à agência da Maria Quitéria, clamando pela união de forças no combate a essa crise. Edmilson Cerqueira, diretor do sindicato, pede a intervenção urgente de órgãos como o Procon, o Ministério Público, a Câmara de Vereadores e a imprensa. “Se não pararmos agora, o comércio vai sofrer e os trabalhadores seguirão pagando o preço, enquanto o banco foca só no lucro,” alerta.

Mais do que uma questão trabalhista, a luta dos bancários é um alerta social diante de um cenário que vem complicando a vida de comunidades inteiras. O que deveria ser inovação na prestação de serviços se revela um ciclo de exclusão e desvalorização humana. O fechamento das agências do Itaú na Bahia não é só uma notícia econômica, mas a perda do acesso a serviços essenciais para milhares de famílias.