Na manhã desta sexta-feira (1º), o presidente da Associação do Transporte Alternativo de Feira de Santana, Raimundo de Souza, o Dinho do Alternativo, fez um desabafo ao vivo no Programa Acorda Cidade. Ele expôs a grave situação financeira da categoria e o risco crescente de uma debandada em massa dos profissionais que atuam com vans na cidade.
Dinho revelou que, enquanto no passado a frota somava 107 vans rodando, hoje apenas 80 se mantêm ativas, resultado direto da baixa rentabilidade do serviço. “Uma van fatura em média R$ 550 a R$ 600 por dia, mas depois de despesas só sobra cerca de R$ 120. Para quem investiu entre R$ 200 e 300 mil, é muito pouco. Muitos preferem migrar para moto Uber, com custo inicial bem mais baixo, na faixa de R$ 18 a R$ 20 mil”, explicou.
Para o representante da classe, o futuro será sombrio a menos que o poder público intervenha com medidas urgentes, como subsídios semelhantes aos que as empresas de ônibus recebem. “Ou somos legalizados e subsídios começam a vir, ou a tendência é fechar as portas. Transporte precisa ser sustentável, do contrário, não resiste”, alertou Dinho, ressaltando ainda que vans são essenciais para áreas onde ônibus não chegam, atendendo uma demanda urgente e marginalizada.
Dinho garantiu que segue em diálogo com o prefeito e autoridades locais, em busca de uma solução que garanta a sobrevivência das vans. “As empresas de ônibus já recebem R$ 9,26 de subsídio por passagem, enquanto nós não temos nenhum apoio. Esperamos que a prefeitura reconheça a importância do nosso trabalho e traga melhorias que façam nossas vans continuarem nas ruas, garantindo transporte para quem precisa”, finalizou o líder.