Em um cantinho sossegado, perto da cidade, um garoto de oito ou nove anos vivia cheio de curiosidade e liberdade para brincar. A notícia que tomou conta do local foi a inauguração de um campinho, construído com esforço, ali pertinho, praticamente no sertão.
O menino mal podia esperar para chegar lá. Meia hora caminhando, vibrando com bola, risos e poeira. O sol se despedia, mas ele não largava o novo espaço, correndo e pulando como um passarinho feliz até a noite cair de vez.
Quando retornou para casa, encontrou a mãe aflita, cercada por familiares prontos para ajudar. Ela sofria, entre dor e medo, até que ao ver o filho, lhe deu um abraço apertado, misturando lágrimas e súplicas para que ele não passasse por mais aquele aperto. Foi ali, naquele instante marcante, que o menino prometeu a si e à mãe mudar para melhor.
O tempo voou, e aquele garoto virou homem de valor: pai, exemplo, servidor e gigante na política. José Ronaldo, hoje prefeito respeitado, não esqueceu suas raízes e, em meio à missa de aniversário lotada, emocionou a todos ao relembrar seu passado humilde, mostrando que, para quem tem alma verdadeira, poder não é sinônimo de esquecer de onde veio.