Na volta do expediente na Assembleia Legislativa da Bahia nesta segunda-feira (4), o deputado estadual Robinson Almeida (PT) pegou pesado contra o presidente americano Donald Trump. Apresentando uma moção de repúdio, ele o declarou “persona non grata” no estado baiano, acusando-o de ameaçar a soberania nacional com tarifas de até 50% aos produtos brasileiros e de interferir no processo judicial envolvendo Jair Bolsonaro e os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

Robinson não poupou palavras ao rebater o que chamou de “postura imperialista” de Trump. “Trump não é imperador do mundo. O Brasil nunca mais será colônia dos Estados Unidos”, afirmou, evocando a memória histórica da expulsão dos portugueses da Bahia em 1823. O parlamentar ressaltou que a tentativa americana de pressionar economicamente o país atinge duramente a Bahia, que exportou mais de R$ 302 milhões em produtos agropecuários para os EUA somente em junho de 2025.

O impacto econômico para a Bahia, destacou, é gravíssimo. Setores estratégicos como celulose, frutas e químicos podem sofrer uma queda de até 25% nas exportações, o que significa risco de desemprego e queda na competitividade das empresas locais. No âmbito nacional, as perdas podem chegar a R$ 18 bilhões, comprometendo a balança comercial e o crescimento do PIB industrial brasileiro. Robinson ainda classificou a família Bolsonaro como traidores da pátria por sua atuação junto ao governo Trump contra os interesses do Brasil.

Além da economia, o deputado apontou que a tentativa do governo americano de se meter no julgamento de Bolsonaro no Supremo e TSE representa um ataque direto à autonomia das instituições brasileiras. “Aqui quem manda é o povo brasileiro”, afirmou. Para ele, a moção da AL-BA representa um ato simbólico, mas com uma forte mensagem histórica de resistência e defesa da soberania, lembrando a luta da Bahia contra o colonialismo português quase dois séculos atrás.