O economista Amarildo Gomes lançou um alerta sobre o "tarifaço" imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ressaltando que essa política não mira só o Brasil, mas diversas nações, com o fim de fortalecer a economia americana. "No curto prazo parece vantajoso, mas a longo prazo a sociedade americana perde, pois o mundo vai buscar outros destinos para suas exportações", explicou.

Recentemente, 43% dos produtos brasileiros exportados para os EUA foram liberados da taxa de 50%, mas ainda pagarão 10%. Setores fundamentais, como frutas – manga, uva, melão – serão duramente golpeados, enquanto a laranja foi poupada. A carne e o café, por sua vez, seguem altamente taxados. O Brasil é o segundo maior exportador de café para os EUA, onde 70% da população consome a bebida diariamente. Gomes destaca que o impacto será devastador, já que o café exige cinco anos para produção e a concorrência brasileira é incomparável.

O economista defende que o Brasil está certo em preservar sua soberania e contrapõe a interferência americana como uma ameaça política e econômica. "É um absurdo internacional e mostra um ataque econômico mascarado de disputa comercial", declarou. Para contornar, o governo brasileiro pretende usar produtos não exportados na merenda escolar, tentando minimizar os impactos. Além disso, a expectativa é que haja redução nos preços da carne e pescados no mercado interno.

Para Amarildo, Trump usa o Brasil como peça em seus jogos políticos, abalando a democracia americana ao agir sem o aval do Congresso, enquanto o Brasil mantém maior equilíbrio institucional. Ele cobra medidas urgentes do governo brasileiro para preservar empregos e buscar alternativas para exportações interrompidas. A ameaça é real: empresas podem fechar e cortes de vagas estão na mira, principalmente no agronegócio. Apesar das pressões que forçam alguns recuos, como no caso da laranja, o impacto da guerra tarifária seguirá mexendo com os mercados e com os bolsos, não só brasileiros, mas também americanos.