O governo dos Estados Unidos deu um passo drástico nesta sexta-feira (18) e anunciou sanções severas contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e pessoas próximas a ele. Em uma declaração explosiva pelo X, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, anunciou a revogação do visto do magistrado, assim como o bloqueio da entrada no país para familiares e aliados do ministro — nomes, porém, não foram divulgados.
Rubio não poupou críticas, acusando Moraes de liderar uma verdadeira "caça às bruxas política" contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. O secretário dos EUA afirmou que esta perseguição ultrapassa as fronteiras do Brasil, configurando uma grave violação de direitos fundamentais que ameaça também os cidadãos americanos. Conhecido como um dos principais críticos da América Latina no governo Trump, Rubio levantou uma cortina de fogo numa clara investida diplomática contra o Judiciário brasileiro.
O anúncio americano chega em um momento de crescente tensão bilateral. Desde que Donald Trump impôs uma tarifa estrondosa de 50% sobre importações brasileiras em 9 de julho, o governo dos EUA vem intensificando o confronto com o Palácio do Planalto e o Supremo. A situação se inflama ainda mais com as ações autorizadas pelo próprio Moraes nesta sexta-feira: Jair Bolsonaro sofreu nova operação da Polícia Federal, recebeu tornozeleira eletrônica e foi submetido a severas restrições, como limitações à comunicação com investigados — incluindo seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro —, proibição de uso de redes sociais e restrição de circulação noturna e aos fins de semana.
Bolsonaro é atualmente réu em processos que o acusam de tentativa de golpe, atentado contra o Estado Democrático de Direito e prejuízos ao patrimônio público. A escalada entre Brasília e Washington promete esquentar ainda mais, com repercussões sérias no cenário político nacional e internacional.