Na última sexta-feira (11/07/2025), um choque atingiu forte o agronegócio brasileiro: o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a impiedosa tarifa de 50% sobre uma série de produtos nacionais, que entra em vigor dia 1º de agosto. Carne bovina, café, suco de laranja, açúcar e papel e celulose estão no centro dessa tempestade comercial, ameaçando setores-chave da economia do Brasil.

A decisão, vista por líderes do agro como arbitrária e movida por interesses políticos, provocou reação imediata. As principais entidades do setor mobilizaram-se para agir via diplomacia e negociação, tentando frear os danos. Os EUA são responsáveis por cerca de 7% das exportações brasileiras, um mercado estratégico especialmente para carnes e café, e sua súbita decisão joga riscos gravíssimos no cenário nacional.

A Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina (Abiec) já anunciou suspensão temporária da produção rumo aos EUA, enquanto busca novos destinos na Ásia e Oriente Médio. Foram exportadas 190 mil toneladas de carne bovina para os EUA nos primeiros seis meses de 2025, perto de dobrar o volume de 2024 – cenário agora ameaçado. Corte bovino usado em hambúrgueres ficará praticamente encalhado com a sobretaxa alta demais.

Café e suco de laranja também entram em colapso iminente: o Brasil domina o mercado americano de café, exportando 8,1 milhões de sacas em 2024. O CitrusBR alerta que cerca de 72% do valor do suco será consumido em impostos, inviabilizando sua presença. O Ministério da Agricultura orienta cautela e negociações para evitar retaliações, enquanto o agronegócio clama por soluções urgentes diante de uma crise que pode derrubar empregos e balançar toda a cadeia produtiva do país.