Em uma jogada diplomática inesperada, os Estados Unidos decidiram cancelar os vistos de oito ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo Alexandre de Moraes, em resposta à medida que impôs tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão, anunciada pelo secretário de Estado Marco Rubio, impacta ainda os familiares desses magistrados, aumentando a tensão entre os dois países.
A lista dos ministros afetados é composta por nomes pesados do STF, como Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Gilmar Mendes, além de Moraes. Conforme o comunicado oficial da Casa Branca, a revogação dos vistos se baseia em possíveis “consequências adversas significativas para a política externa dos EUA” provocadas pelas ações da Suprema Corte brasileira.
Curiosamente, o grupo exclui André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux. Os dois primeiros foram indicados por Bolsonaro e são considerados mais alinhados ao ex-presidente, enquanto Fux, apesar de críticas a decisões do STF sobre o ataque de 8 de janeiro, não foi atingido pela medida americana. A suspensão dos vistos ocorre em um momento de franca polarização entre bolsonaristas e o Supremo, com acusações cruzadas de parcialidade e perseguição.
Além das disputas internas brasileiras, os americanos demonstram preocupação com o apoio desses ministros à regulação das plataformas digitais, tema sensível que colide com a visão trumpista de defesa irrestrita da liberdade de expressão, principalmente após os embates entre Trump e redes sociais nas eleições de 2020. Até o momento, o STF não se manifestou sobre a decisão provocada pela Casa Branca.