O impacto do anúncio do presidente Donald Trump sobre a cobrança de 50% de imposto sobre produtos brasileiros vendidos nos Estados Unidos já deixa rastros no comércio exterior do Brasil. Em Ipumirim, Santa Catarina, uma grande empresa do setor madeireiro acaba de decretar férias coletivas para quase 500 trabalhadores, como reação imediata à medida nacional.

Especializada em molduras de madeira, a fabricante exporta 95% de sua produção para os EUA e viu contrato suspenso na última semana, atrasando envios que estavam prestes a zarpar para os portos. Com a paralisação, somente um pequeno setor de 15 pessoas segue funcionário ativo, enquanto o restante aguarda um possível acordo entre ambos os governos que possa frear a crise.

Além das molduras, a empresa se destaca também pela produção de paletes para o mercado interno e portas de madeira para países vizinhos, como Uruguai e Paraguai, mercados que somam metade do seu faturamento. Já os Estados Unidos se tornaram o principal comprador, mas agora com tarifas dobradas, comprometendo série de exportações.

No cenário internacional, o secretário de Comércio americano, Howard Lutnick, tenta amenizar o impacto ao anunciar que alguns produtos agrícolas não cultivados localmente, como café, manga e abacaxi, podem escapar da nova tarifa — desde que Brasil e EUA firmem um acordo expressivo. Enquanto isso, o setor productivo brasileiro se prepara para enfrentar dias turbulentos.