Um cenário de descaso e perigo se repete pelas ruas de Feira de Santana, especialmente na Rua Venezuela, bairro Capuchinhos, e no Parque Ipê, onde os moradores enfrentam desde sempre o tormento dos buracos gigantescos e abandono total da infraestrutura. A reportagem do Acorda Cidade acompanhou, mais uma vez, a difícil rotina dos feirenses que convivem com vias destruídas, lama, entulho e sujeira acumulada – um drama sem fim que atinge a população com força total.
A comerciante Jéssica Pereira sintetiza bem o sufoco diário: "Toda manhã a gente tem que fazer malabarismo para não cair nesses buracos. Tem que reduzir a velocidade demais, olhar pra todos os lados e às vezes até parar o carro para não cair em outro buraco." Ela e outros motoristas tentam desviar desses perigos enquanto os motoristas de aplicativo já recusam atender na região por causa da situação caótica. Um episódio recente, na última quinta-feira, chocou: um ônibus tombou ao cair numa cratera na Rua Sobradinho, assustando passageiros e evidenciando o perigo constante.
No Parque Ipê, a degradação é ainda mais alarmante: além dos buracos, ruas estão tomadas por lixo, mato alto e entulhos. Moradores chegam ao ponto de tentar tapar os buracos com resíduos, mas a medida é paliativa e perigosa. Emerson da Silva Estrela, há 42 anos morador da região, denuncia: "Tem água parada, esgoto a céu aberto e entulho causando um desastre que já dura mais de cinco anos". Segundo ele, o problema é agravado pela falta de escoamento adequado, que destrói o asfalto e transforma as vias em armadilhas para quem passa.
A população clama por ações urgentes da Superintendência de Operações e Manutenção (Soma), mas até agora as promessas não saíram do papel. Esse quadro preocupa e domina o cotidiano, trazendo riscos diários para quem precisa enfrentar as ruas esburacadas de Feira de Santana.