Feira de Santana brilha como uma rara exceção na Bahia, onde apenas oito dos 417 municípios contam com aterro sanitário adequado. A cidade oferece um modelo avançado de gestão de resíduos, com o aterro operado pela Sustentare Saneamento, que recebe cerca de 18 mil toneladas de lixo mensalmente, incluindo materiais vindos de cidades vizinhas como São Gonçalo dos Campos e Amélia Rodrigues.

Em uma importante reunião realizada em 15 de julho, representantes da Sustentare, órgãos públicos e sociedade civil discutiram o fim dos lixões e fortaleceram o debate sobre a operação responsável do aterro. Sérgio Ojer, superintendente da empresa em Feira, apontou que somente 4 dos 31 municípios participantes já conseguiram eliminar os lixões, reforçando a urgência dessa transformação.

Ojer esclareceu as diferenças cruciais entre lixões desordenados, aterros controlados ainda problemáticos, e os aterros licenciados, que seguem rígidas normas ambientais, como o que existe em Feira. Além de receber o lixo, a Central de Tratamento de Resíduos da cidade realiza processos como a compostagem de materiais orgânicos e o reaproveitamento de pneus para asfalto e gesso para outros usos, beneficiando cooperativas de reciclagem locais.

Outro ponto fundamental destacado foi o encerramento humanizado dos lixões, com apoio aos catadores que dependem do trabalho com resíduos. Feira já desenvolve projetos com associações locais, garantindo oportunidades e renda para famílias que viviam à margem. Paralelamente, a prefeitura organiza um programa de coleta seletiva para reduzir a contaminação e potencializar o reaproveitamento dos materiais, compromisso urgente no combate à poluição e à exclusão social.