Enquanto os Estados Unidos impõem novas taxas sobre a carne bovina brasileira, o frigorífico Frifeira, marcado pela tradição da Cooperfeira em Feira de Santana, não sente os impactos no seu ritmo produtivo. Localizado no distrito de Humildes, o estabelecimento mantém o abate diário estável entre 380 e 400 cabeças, contabilizando de 8 mil a 8,5 mil animais todo mês, segundo apurou a cooperativa.

“O volume segue firme. Pequenas oscilações acontecem, mas são normais no nosso processo”, garante Agenor Campos, diretor da Cooperfeira, em conversa reveladora ao Jornal do Meio Dia da Rádio Princesa FM. Ele ressalta que, apesar da Bahia não ser um grande exportador, o reflexo da taxação pode chegar via aumento da oferta interna, alterando os preços. “Se os grandes exportadores do Mato Grosso do Sul – maior produtor do país – tiverem excedente, vão despejar mais carne nos mercados domésticos”, alerta Agenor.

Atualmente, os Estados Unidos absorvem cerca de 14% da carne brasileira, especialmente cortes para hambúrgueres e alimentos processados. Com a provável redireção dessa carne para dentro do país, o consumidor baiano pode ser o grande beneficiado, já que a lei da oferta e da demanda pode derrubar o preço final. Prova disso é a recente queda do valor da arroba na última semana, de R$ 290 para R$ 280, embora o diretor explique que parte desse movimento é sazonal, ligado ao fim do mês e ao orçamento apertado das famílias.

A visão de Agenor vai além: ele prevê que a taxação americana trará mais prejuízo aos Estados Unidos do que ao Brasil, já que o rebanho deles vem encolhendo e o país depende diretamente da carne originária do Brasil e da América do Sul para abastecer seu mercado. Ainda destacou que o oeste baiano, com municípios como Santa Rita de Cássia — detentora do maior rebanho do estado — Luís Eduardo Magalhães e Formosa do Rio Preto, é a base da produção local, impulsionada pelo cultivo de grãos que favorece a engorda com ração de qualidade. Fechando o panorama, Agenor reafirma o compromisso da Cooperfeira: “Frifeira segue firme, garantindo qualidade e oferta para o povo baiano”.