Logo nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (23), a Unifan, em Feira de Santana, virou palco de uma enorme aglomeração. Centenas de pessoas formaram uma fila que se estendia pela Rua Edelvira Oliveira, em busca de serviços gratuitos oferecidos pelo Mutirão de Conciliação e Cidadania do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Entre os atendimentos, a emissão do Registro Geral (RG) ficou marcada pela decepção: só 20 senhas foram disponibilizadas para uma multidão de mais de 300 gente.
O evento, que segue até sexta-feira (25), oferece uma verdadeira gama de serviços que vão desde audiências de conciliação, emissão de certidões, orientações jurídicas até vacinação e atualização de programas sociais como o Bolsa Família. No entanto, a demanda para emissão do RG tem sido tão avassaladora que os poucos atendimentos disponíveis frustram moradores que esperam por essa oportunidade há meses, alguns desde janeiro.
O desespero e a revolta tomam conta dos que chegam antes do sol nascer — como Elisângela, que às 4h já estava com a família na fila, ou Carlos José e Silvana, que esperavam desde às 5h sem esperança. As reclamações são unânimes: pessoas guardam lugar para grupos, poucos têm acesso às fichas, e o atendimento é insuficiente para a necessidade da população. “Isso é uma humilhação! A gente precisa do RG para trabalhar e não tem como conseguir,” desabafou Elisabeth Teixeira, que acompanhava a fila.
Além do caos na emissão do RG, outros serviços como o pagamento do IPTU também geram críticas, com sugestões de facilitar o acesso às cobranças. Moradores reforçam que o problema ultrapassa o mutirão e denuncia a falta de estrutura e planejamento nos postos do SAC, que sequer conseguem abrir agendamentos regulares. Um grito por socorro ecoa nas ruas de Feira enquanto a população segue à mercê da burocracia e do descaso.