Uma bomba veio à tona entre maio e julho de 2025, quando denúncias graves foram feitas ao Ministério Público Federal e à Corregedoria do Tribunal de Justiça da Bahia, apontando um esquema de fraude judicial bilionária envolvendo o Posto Noventa Ltda contra o Banco do Brasil. O caso escalou, envolvendo magistrados, peritos e ex-gerente bancário, e resultou em uma condenação de mais de R$ 100 milhões contra o banco estatal, colocada sob suspeita de manipulação e favorecimento ilícito.
A origem desse tsunami jurídico remonta a 2007, numa ação que reivindicava danos morais e materiais após cheques emitidos pelo Posto Noventa terem sido devolvidos por insuficiência de fundos e desencadeado um colapso na rede de postos. Com o passar dos anos, o processo ganhou vulto até culminar em uma decisão que bloqueou R$ 108 milhões do Banco do Brasil em 2016. As denúncias, lideradas pelo empresário Paulo Paião e outro denunciante anônimo, listam juízes, desembargadores e peritos suspeitos de atuarem em conluio para beneficiar o Posto Noventa, trazendo à tona um possível esquema integrado de corrupção ligado à famosa Operação Faroeste, já conhecida por expor venda de sentenças e grilagem de terras na Bahia.
Paralelamente, o Tribunal de Justiça da Bahia abriu um Processo Administrativo Disciplinar contra o juiz Ronald Tavares, da Comarca de Barreiras. Apontado por morosidade exagerada, favorecimento e irregularidades em liminares milionárias, Tavares enfrenta denúncias que incluem paralisação de mais de 1.100 processos e decisões potenciais de conflito de interesses, principalmente envolvendo ações contra o Banco do Brasil. A Corregedoria detectou ainda indícios de manipulação na distribuição processual na vara que ele comanda, além de baixa produtividade e práticas administrativas suspeitas que violam a Lei Orgânica da Magistratura e o Código de Ética da Magistratura Nacional.
Com o desdobramento desses fatos, a Justiça baiana encara um momento crítico de questionamentos profundos sobre sua integridade, a eficiência dos controles internos e a necessidade urgente de apuração rigorosa e transparente. A extensão das investigações e a conexão com a Operação Faroeste indicam que o escândalo pode ser apenas a ponta do iceberg em um sistema permeado por irregularidades graves que afetam diretamente o cidadão e o patrimônio público.