O governo federal está pronto para lançar, já nesta semana, um arsenal de medidas econômicas para tentar frear o estrago causado pela sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros. Mesmo com a lista de isenções que excluiu cerca de 700 itens, o impacto é enorme, e a equipe do Planalto vem ajustando detalhadamente o plano para driblar essa forte barreira comercial.
Entre as ações emergenciais previstas está a liberação de linhas de crédito especiais para proteger empresas e manter empregos ameaçados pela nova tarifa. No entanto, especialistas alertam que o governo não deve se limitar a esse socorro imediato e precisa intensificar as negociações diplomáticas e diversificar mercados, buscando alternativas para escapar desse bloqueio econômico.
Com aproximadamente 35,9% das exportações brasileiras aos EUA penalizadas, o aperto financeiro representa nada menos que US$ 14,5 bilhões em produtos. Setores estratégicos já denunciam que as tarifas combinadas tornaram inviável o comércio: a carne bovina, por exemplo, enfrenta uma taxação que pode atingir 76%, enquanto a indústria do plástico prevê queda de 20% nas vendas, com prejuízo estimado em até US$ 2 bilhões.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, intensifica as negociações com os exportadores mais prejudicados para definir o pacote de auxílio que pode ser divulgado ainda em etapas, contemplando cada segmento afetado. A expectativa é que o governo encontre soluções rápidas e eficazes para evitar um colapso no comércio com os EUA.