O Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed-BA) anunciou uma greve impactante que deverá começar às 0h da próxima quinta-feira (31), envolvendo cinco importantes hospitais estaduais do estado. A paralisação, decidida em assembleia na última segunda-feira (24), é um grito de alerta contra as demissões dos médicos celetistas que atuam via Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS).
O motivo da revolta é a proposta do governo estadual de extinguir os contratos sob Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) de cerca de 500 médicos. Com o fim do acordo de oito anos entre a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) e o INTS, os profissionais terão que aceitar vínculos como Pessoa Jurídica (PJ), sem direito a benefícios como 13º salário e licença-maternidade.
Essa decisão ameaça diretamente o funcionamento do Hospital Geral do Estado (HGE), Instituto de Perinatologia da Bahia (IPERBA), Maternidade Albert Sabin (MAS), Maternidade Tsylla Balbino (MTB) e Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) — unidades de alta complexidade que realizam mais de 82 mil atendimentos anuais e atendem pacientes de todo o estado. O HGRS é o maior hospital público das regiões Norte e Nordeste, o que reforça a gravidade do cenário.
Em nota, a Sesab afirmou que a transição será gradual e sem impacto na assistência aos pacientes, mas não apresentou soluções concretas para evitar a paralisação. Até o momento, não houve resposta ao comunicado oficial da greve. A população baiana acompanha apreensiva a tensão crescente que pode paralisar serviços essenciais à saúde pública.