Uma inspeção judicial nos postos da Guarda Municipal de Feira de Santana escancarou a dura realidade enfrentada pelos guardas na segunda maior cidade da Bahia. A vistoria, determinada pela 2ª Vara do Trabalho local e realizada nesta quarta-feira (16), percorreu cinco pontos da cidade e revelou falta de locais adequados para descanso, ausência de ambientes separados por gênero e carência total de equipamentos de proteção individual (EPIs), essenciais para a segurança da categoria.
O advogado do Sindicato dos Guardas Municipais da Bahia, Davi Pedreira, denunciou que, apesar de Feira ser um grande centro urbano, a estrutura disponível para os guardas é comparável a cidades pequenas. Ele destaca que, como força de segurança pública que utiliza armamento, a Guarda precisa urgentemente de placas balísticas, coletes e condições sanitárias dignas. “Estamos buscando na justiça que o município seja obrigado a corrigir essas falhas, sob pena de multa”, afirmou.
Do lado dos trabalhadores, a indignação é ainda maior. José Luiz Menezes, diretor do sindicato, revelou que os guardas recebem cerca de um salário mínimo atualmente – valor que considera vergonhoso para uma cidade do porte de Feira de Santana. Além disso, ele relata que os postos de trabalho são insalubres, com estrutura precária e falta de segurança, o que expõe os profissionais a riscos gravíssimos, como no caso trágico do ex-comandante Marcos Vinicius, assassinado no Parque da Lagoa.
Em resposta, o secretário de Prevenção à Violência, Luziel Andrade, reconheceu os problemas, mas frisou que a solução será gradual. Segundo ele, a prefeitura planeja revitalizar alguns postos em até 30 dias, entretanto, outros serão desativados devido à baixa efetividade e condições precárias. Luziel também destacou a perda de efetivo ao longo dos anos e ressaltou que a Guarda Municipal deve ter um papel distinto da Polícia Militar, focado na proteção municipal com planejamento e diálogo constante.