Cerca de 100 mil brasileiros são diagnosticados todos os anos com Alzheimer, uma doença devastadora que corrói a memória e as funções cognitivas, atingindo principalmente idosos. Agora, pesquisas recentes sugerem um novo suspeito nesse enigma: o vírus do herpes simples tipo 1, conhecido pelo herpes labial.

A neurologista Patricia Schettini destaca que, embora o assunto ainda provoque debates no meio científico, há evidências sólidas publicadas em revistas de peso que apontam para essa conexão. “Estudos indicam que o vírus do herpes pode estar envolvido no desenvolvimento do Alzheimer, mas o consenso ainda está longe”, explica a especialista.

O Alzheimer é marcado pelo acúmulo anormal das proteínas beta-amiloide e tau no cérebro, que destroem neurônios e prejudicam funções vitais como memória, raciocínio e linguagem. Segundo Dra. Patricia, a ação do vírus pode agravar esse processo: “O herpes tipo 1, quando reativado, geraria inflamação cerebral e estimularia a produção tóxica da beta-amiloide, especialmente em pessoas com o gene APOE4, aumentando o risco da doença”.

Embora a ligação precise de ser confirmada, a especialista alerta que essa linha de investigação pode revolucionar as estratégias de prevenção e tratamento do Alzheimer, abrindo caminho para novas esperanças no combate a essa enfermidade que avança silenciosamente na população brasileira.