Ao reencontrar a cidade ribeirinha de Jaguara, é impossível não notar que algo mudou no seu semblante tranquilo. Pode parecer que foi o asfalto — que deu um ar novo ao lugar —, mas o que permanece intacto é a música das águas na barragem e o verde que a caatinga abraça após as chuvas generosas. As casas continuam plácidas, os povoados mantêm sua serenidade e a tradicional Casa da Família Pedra se mantém firme no seu silêncio aconchegante.

Nas poucas movimentações, apenas um outro carro cruzava o caminho além do nosso, reforçando o clima de calma no vilarejo. Em frente à igreja que ainda se volta para o rio, a Casa Paroquial se destaca cheia de vida, pintada em cores vibrantes que lembram o casario das históricas cidades mineiras, um toque de brilho contrastando com a palidez silenciosa das outras construções.

A ideia de visitar Jaguara nasceu do desejo de chegar até Pinicaria, onde vivem parentes do sanfoneiro Bié dos 8 Baixos, uma figura querida da cultura local. No entanto, a viagem não seguiu até lá desta vez, deixando a expectativa para um próximo encontro, enquanto em Jaguara, o tempo parece seguir seu próprio ritmo, entre renovação e lembranças.