Durante a cerimônia de posse de Edinho Silva na presidência do PT em Brasília, Luiz Inácio Lula da Silva não segurou a pressão sobre a recente crise comercial com os Estados Unidos. O presidente deixou claro que o Brasil terá uma postura firme, mas cuidadosa na arena internacional, dando um recado direto: “Tenho um limite de briga com o governo americano. Não posso falar tudo que penso, falo o que é necessário.”

Lula não poupou palavras para reafirmar a soberania econômica do país, rejeitando a ideia de subordinação ao dólar. “Os Estados Unidos são grandes, bélicos, tecnológicos e a maior economia do mundo, mas queremos ser respeitados pelo nosso tamanho. Não somos uma republiqueta”, disparou, deixando um alerta claro contra sanções e politizações econômicas que, segundo ele, são “inaceitáveis”.

O presidente ainda trouxe à tona o perfil pacífico do Brasil, mas avisou que isso não significa submissão: “Esse é um país de paz. Quem quiser confusão conosco, pode saber, não queremos brigar, mas não pensem: não temos medo.” E reforçou o tom do PT nas negociações diplomáticas: “Eu gosto do PT porque ele não fala fino com os Estados Unidos, e não fala grosso com a Bolívia. A gente fala em igualdade de condições com os dois.”

Questionado sobre os desafios eleitorais futuros, Lula admitiu que a disputa em 2026 será muito mais tensa. “O mundo está mais complicado. Enfrentar a extrema direita era fácil com FHC na oposição, que era civilizada. Agora, parecem inimigos que nos chamam de inimigos.” Por isso, avisou com convicção: “Se for candidato, será para ganhar. A Janja sabe, eu preciso estar 100% de saúde para isso. Jamais vou enganar o partido ou o povo brasileiro.”