Em pronunciamento direto e contundente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância da separação dos Poderes e afirmou que ninguém está acima da lei no Brasil. Lula reagiu à ameaça do governo norte-americano, liderado por Donald Trump, que anunciou a possibilidade de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, qualificando esta atitude como uma “chantagem inaceitável”. Sem citar nomes, o presidente deixou claro que instituições brasileiras estão atuando firmes para conter discursos de ódio e fake news que circulam nas redes digitais.
Lula reafirmou que respeita a independência do Judiciário e não interfere no andamento de processos legais, criticando qualquer tentativa de manipulação externa como um ataque à soberania nacional. Ele lembrou que o Brasil, desde maio, tenta abrir diálogo com os Estados Unidos, mas foi surpreendido por ameaças fundamentadas em dados falsos sobre o comércio bilateral, o que ele classifica como chantagem. Para enfrentar o conflito, o presidente anunciou negociações permanentes envolvendo setores produtivos, sociedade civil e sindicatos.
Reforçando a resposta brasileira, Lula garantiu que o país defenderá seus interesses por meio da diplomacia, do comércio e do multilateralismo. Exemplificou o progresso do Brasil em abrir 379 novos mercados internacionais em pouco mais de dois anos e meio, e ressaltou que usará todas as ferramentas legais, como a Organização Mundial do Comércio e a Lei da Reciprocidade, para preservar a economia nacional. O presidente também expressou indignação pela postura de alguns políticos brasileiros que, segundo ele, apoiam a pressão externa e prejudicam o país.
Por fim, Lula defendeu a soberania nacional também na fiscalização das plataformas digitais estrangeiras, destacando que todas devem cumprir as leis brasileiras. Citou o Pix como um patrimônio do povo que não será alvo de ataques. Desmentiu as acusações de práticas comerciais desleais, apontando o enorme superávit dos EUA na relação bilateral, e ressaltou os avanços do Brasil no combate ao desmatamento, comprometendo-se com a meta de zerá-lo até 2030. O presidente encerrou sua fala apelando à paz, diálogo global e à unidade do povo brasileiro como proprietário único do país.