Nas últimas semanas, a disputa acirrada entre a esquerda e a oposição direita/extrema-direita no campo digital vivenciou uma guinada surpreendente. Aliados de Lula no Congresso e fontes do Planalto apontam que, a partir de junho, a estratégia de comunicação do governo conseguiu romper a bolha tradicional, ampliando consideravelmente sua presença e influência nas redes sociais – um território até então dominado pelos adversários desde as eleições de 2018.
Diversos fatores impulsionaram essa reviravolta, destacando-se a reação do governo Lula ao tarifaço de 50% imposto pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros, que desencadeou uma mobilização vigorosa nas plataformas digitais. Além disso, a campanha "Taxação dos BBBs - Bets, Banqueiros e Bilionários" marcou um ponto de virada ao levar para o centro do debate a injustiça tributária que pesa sobre os mais pobres enquanto os bilionários pagam menos impostos.
O tom claro e direto das mensagens, sem jargões ou discursos truncados, conquistou a atenção do público. Vídeos virais, como o do ministro Fernando Haddad desmontando argumentos da oposição, têm sido determinantes para desarmar narrativas adversárias e enfraquecer a imagem de políticas anteriores. Também geraram impacto os conteúdos críticos à direita, além de elogios inesperados dentro do próprio campo da oposição, que desnudam contradições do passado recente.
Para fontes do governo, a postura firme contra o tarifaço de Trump e a defesa da soberania nacional foram o estopim da virada digital. Pesquisas indicam melhoria na popularidade de Lula e reafirmam um desgaste da direita, que passa a ser vista como prejudicial aos interesses do Brasil. A fragmentação do campo opositor em redes sociais, especialmente entre direita moderada e extrema, já provoca prejuízos em potenciais candidatos à eleição do ano que vem, atraindo mais corações e mentes para a base governista.