Nas redes sociais, um vídeo impressionante viralizou nos últimos dias: o professor de Muay Thai Ernesto Bocão enfrentou dois pitbulls agressivos e, mesmo ferido, conseguiu imobilizá-los sem causar danos maiores a ninguém ao redor. O episódio acendeu o debate sobre a fama de agressividade dessas raças e o que realmente está por trás desses comportamentos.
O médico veterinário Ian Temístocles explica que a ideia de que algumas raças são naturalmente violentas é um mito perigoso. “Pitbulls são animais amorosos e afetuosos, mas precisam de uma criação adequada e socialização desde filhotes”, afirma. Segundo ele, o temperamento agressivo muitas vezes reflete a falta de estímulos apropriados e maus-tratos ao longo da vida do cão, e não uma predisposição genética.
Temístocles alerta para a importância do papel do tutor na educação do animal, citando raças como Rottweiler, Pastor Alemão, Doberman e Fila brasileiro, que, por sua força e instinto territorial, demandam atenção redobrada. “A socialização gradual, o respeito às particularidades e até o uso da focinheira são ferramentas fundamentais para proteger o cão e a sociedade”, destaca.
Em Feira de Santana, a Lei nº 2082/1999 reforça a responsabilidade dos donos em controlar seus animais, especialmente em locais públicos, para evitar ataques. Mesmo assim, casos como uma matilha atacando uma moradora no bairro Santa Mônica este ano mostram a necessidade de um olhar mais atento às condições e origem desses cães. O alerta final é para a necessidade urgente de responsabilidade, respeito e conhecimento na convivência entre humanos e cães.