Na noite que já parecia um clássico de peso, o Dérbi entre Corinthians e Palmeiras em Itaquera ganhou um capítulo inesperado que ultrapassou as quatro linhas. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, foi flagrado fazendo um gesto obsceno da tribuna da Neo Química Arena durante a vitória corintiana por 1 a 0, em confronto válido pela Copa do Brasil. A imagem viralizou rapidamente, ainda mais em meio ao clima tenso gerado pelas recentes sanções dos Estados Unidos contra ele, no contexto da Lei Magnitsky, tornando o episódio um verdadeiro circo midiático e político.
Dentro de campo, o jogo foi fiel à tradição dos Dérbis paulistas, marcado pela disputa acirrada e detalhes que definem o destino da partida. Memphis Depay, com frieza e timing europeu, garantiu o gol decisivo ao aproveitar uma falha defensiva do Palmeiras em escanteio. O Verdão, apesar de dominar a posse e tentar mais finalizações, decepcionou na defesa e viu seu desempenho se afundar na irregularidade, especialmente fora de casa, onde já acumula quatro jogos sem vitória.
Além do placar apertado que beneficia o time da casa no jogo de volta, a presença explosiva de Moraes na arena virou motivo de debates acalorados. O ministro, fanático corintiano, não se conteve diante das vaias e respondeu com um gesto que muitos classificaram como afronta, elevando a tensão política entre Brasília e Washington. Para uma figura pública tão influente e polarizadora, a atitude ultrapassou o limite entre a espontaneidade de torcedor e o comportamento esperado de uma autoridade do STF, especialmente em um momento delicado para a democracia brasileira.
Em meio a essa mistura de futebol e política, o episódio deixa claro que a linha entre o torcedor apaixonado e o representante da justiça está cada vez mais turva. A reação de Moraes, apesar de ser vista por alguns como um ato de catarse no calor do estádio, provocou um terremoto simbólico capaz de comprometer a imagem institucional do STF e seu papel no cenário nacional, mostrando que até mesmo em Itaquera, o "bateu, levou" tem limites para quem carrega o peso do país nas mãos.