Uma nova e poderosa fase da Operação Overclean explodiu nesta quinta-feira (17), apontando para uma teia de corrupção envolvendo o deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil) e seu círculo próximo, incluindo familiares e assessores. A ação conjunta da Polícia Federal, Controladoria-Geral da União (CGU) e Receita Federal despedaçou o disfarce de uma organização criminosa acusada de fraudes em licitações, desvios milionários de recursos públicos e lavagem de dinheiro, tudo oriundo de emendas parlamentares.

Entre os principais alvos estão nomes de peso ligados diretamente a Elmar: o prefeito de Campo Formoso, Elmo Nascimento, seu irmão; o vereador Francisquinho, primo do deputado; e o ex-presidente da CODEVASF Marcelo Andrade Moreira Pinto, cuja exoneração anterior impediu o STF de afastá-lo conforme autorização recente. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em seis cidades, incluindo Salvador, Brasília e Petrolina, evidenciando a extensão do alcance criminal.

Também foi alvo de atenção da força-tarefa Amaury Albuquerque Nascimento, ex-assessor de Elmar, que teria figurado em planilhas usadas por empresários para controlar pagamento de propinas relacionadas às emendas desviadas. Além disso, um pregoeiro municipal e empresários do setor da construção civil como Evandro Baldino e Domingos Sávio, foram vasculhados em suas residências e empresas, reforçando o rastro sujo da corrupção que abarcava toda a linha de contratação e repasses.

Com aval do Supremo Tribunal Federal (STF), essa operação espetacular não apenas expôs o esquema, mas também bloqueou R$ 85,7 milhões em contas bancárias de suspeitos, na tentativa de frear o fluxo do dinheiro ilícito e garantir que esses bilhões retornem aos cofres públicos. Uma clara demonstração de que a Justiça está pronta para combater a impunidade na Bahia.