Oversharenting: O Perigo de Expor Crianças nas Redes Sociais
Especialista alerta que publicar momentos íntimos dos filhos pode violar direitos e causar danos irreparáveis
Alessandra destaca que filmar e publicar imagens de crianças em situações de fraqueza, tristeza ou desconforto fere o princípio da proteção integral. Mesmo com boas intenções, esse tipo de atitude pode ser encarada como abuso, sendo passível até da perda do poder familiar em casos graves. Além disso, pesquisas do UNICEF revelam que a construção precoce da identidade digital, sem consentimento dos menores, prejudica o desenvolvimento emocional e pode gerar traumas e constrangimentos futuros.
A prática já ganhou nome: oversharenting, o hábito perigoso de expor demais os filhos nas redes sociais. A especialista reforça que o convite ao cuidado começa pelos pais — responsáveis pela proteção e respeito à imagem e sentimentos dos pequenos. “Se você não gostaria que uma cena sua fosse compartilhada, pense duas vezes antes de fazer isso com sua criança”, adverte.
Por fim, Alessandra enfatiza o papel da legislação, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e o ECA, que consideram a criança sujeito de direito e impõem limites claros na divulgação de sua imagem. Os avanços das plataformas digitais em regulagem também são importantes, mas, acima de tudo, a proteção depende do senso de responsabilidade dos adultos.