A Procuradoria-Geral da República (PGR) deu um passo decisivo nesta segunda-feira (14) ao pedir oficialmente ao Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete acusados pelo chamado núcleo 1 da trama golpista. O documento com 517 páginas foi protocolado às 23h45 pelo procurador-geral Paulo Gonet, marcando a reta final do processo antes do julgamento, que deve ocorrer em setembro.
Na denúncia enviada ao ministro Alexandre de Moraes, a PGR solicita penas duras para Bolsonaro e os réus, incluindo mais de 30 anos de prisão pelo crime de organização criminosa armada, tentativa de derrubar o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, entre outras acusações graves, como dano qualificado pela violência e ataques a patrimônio público tombado.
Destaque na manifestação é o papel central de Jair Bolsonaro na articulação do golpe: segundo Gonet, o ex-presidente foi o chefe da quadrilha, “o principal articulador e maior beneficiário” dos esforços para desestabilizar o país após as eleições de 2022. Ele usou o aparato estatal e contou com o apoio de altos oficiais e setores das Forças Armadas para propagar fake news, fomentar o caos social e promover medidas autoritárias.
Após o envio do pedido da PGR, começa a correr o prazo para as defesas apresentarem suas alegações finais, primeiro a de Mauro Cid, delator, e depois dos outros réus. A previsão dentro do STF é realizar o julgamento da ação em setembro, um capítulo crucial para a política e justiça brasileiras.