Em um desfecho surpreendente, o policial militar Lourival Gonçalves dos Santos foi absolvido por júri popular nesta terça-feira (5) no Fórum Desembargador Filinto Bastos, em Feira de Santana. Acusado de matar o sargento do Exército Felipe Baladares, o PM esteve preso por mais de dois anos e meio, mas o tribunal decidiu que a acusação não apresentou provas suficientes para condená-lo.

Segundo a denúncia, no dia do crime, Lourival teria rondado repetidas vezes a casa da vítima em um Fox prata. Quando Felipe saiu de moto para fechar o portão, o policial o teria abordado, exigindo mostrar a tornozeleira eletrônica – que o sargento não usava. No momento em que tentou provar a ausência do equipamento, ele foi alvejado com três tiros de espingarda calibre 12. O suspeito fugiu em seguida, gerando um mistério que dividiu opiniões durante o processo.

A defesa, liderada pelo advogado Felipe Carvalho, enfatizou as inúmeras falhas da investigação. “O processo estava repleto de lacunas graves. Chamamos um perito técnico para comprovar que não houve perícia adequada, nem análise técnica das imagens das câmeras e do veículo do acusado”, afirmou. Notavelmente, três promotores atuaram no caso e dois reconheceram a necessidade da investigação pericial, que jamais ocorreu.

Com base na tese de negativa de autoria e ausência de provas, os jurados decidiram pela absolvição. O alvará de soltura de Lourival já foi expedido e ele deve deixar o Batalhão de Choque em breve, encerrando um longuíssimo período de prisão. “Hoje é dia de justiça para Lourival, que volta para casa após quase três anos injustamente detido”, concluiu o advogado. O Ministério Público recorreu da decisão, mas o acusado ficará livre até um possível novo julgamento.