Uma onda de indignação tomou conta da Secretaria Municipal de Educação de Feira de Santana nesta terça-feira (29), quando professores contratados pelo Regime Especial de Direito Administrativo (Reda) decidiram paralisar as atividades por três dias em um protesto contra a sobrecarga de trabalho e a falta de respeito à legislação federal. A mobilização cobra o cumprimento de decisões judiciais que garantem isonomia entre professores temporários e efetivos.

Segundo a professora Perla Fonseca, a situação é dramática: enquanto os efetivos contam com tempo adequado para planejamento, os Reda têm jornadas que ultrapassam em até 10 horas semanais as dos colegas, sem nenhum respaldo oficial. “Estamos paralisados aguardando uma resposta do secretário. Nossa luta é pela legalidade e pelo cumprimento da lei”, declarou, denunciando o desgaste físico e emocional que a categoria vem enfrentando.

A professora Ariana Lima ressaltou o amparo legal da luta, citando a Lei Federal 11.738, que assegura a reserva de carga horária para planejamento pedagógico — direito hoje negado aos professores Reda em Feira de Santana. “Enquanto os professores efetivos têm sete horas para planejar suas aulas, nós temos apenas duas. Isso compromete a qualidade do ensino e nossa saúde”, frisou, lembrando que o município desrespeita três decisões judiciais que deveriam garantir condições justas aos contratados.

A paralisação está marcada até quinta-feira (31) e a categoria aguarda uma posição da Secretaria Municipal de Educação. Caso as demandas não sejam atendidas, o cenário pode se agravar com uma greve. O Acorda Cidade já solicitou um posicionamento oficial da Seduc e segue atento aos desdobramentos dessa intensa mobilização que revela um conflito profundo entre reivindicação de direitos e gestão municipal.