Na quarta-feira que marcou um novo capítulo na história do PT, Edinho Silva assumiu a presidência do partido com uma mensagem clara: o futuro do PT não pode depender só do carisma e da força do ex-presidente Lula. Durante seu discurso de posse, Edinho alertou que o partido deve se organizar para se manter no jogo político mesmo quando o líder histórico não disputar mais eleições.
“É nossa responsabilidade construir o PT quando Lula não estiver mais nas urnas”, destacou, ressaltando que o legado de Lula é fundamental, mas que a sigla precisa se preparar para grandes embates sem depender de um nome específico, e sim da força coletiva do partido. Ele também falou da urgência de se reaproximar dos jovens, considerada uma das maiores distâncias do PT hoje.
O evento contou com presença firme da ex-presidente do PT e ministra Gleisi Hoffmann, que recebeu aplausos calorosos. Ela denunciou interferências estrangeiras na política brasileira e criticou a família do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusando-os de tentar enfraquecer o país e a democracia. Gleisi defendeu ainda a taxação dos "BBB" (bancos, bets e bilionários), repudiou a guerra em Gaza e fez questão de agradecer o ministro Alexandre de Moraes, do STF, pela atuação no processo contra os atos antidemocráticos de 8 de Janeiro.
Na véspera, o PT aprovou a tese da corrente CNB, majoritária na sigla e ligada a Lula, que vai guiar o partido nos próximos anos. O documento diversifica as metas, incluindo críticas ao genocídio na Palestina, o impacto de tarifas impostas por Trump, e a luta contra a extrema direita, além de defender medidas sociais como isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil. Apesar da importância da pauta da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, o texto aborda o tema de forma discreta, reforçando a necessidade de uma comunicação mais eficaz e direta do governo Lula com a sociedade para ampliar o debate público.