O procurador-geral da República, Paulo Gonet, levantou suspeitas graves sobre a compra dos respiradores feita na Bahia durante a pandemia da Covid-19. Segundo ele, o então governador Rui Costa assinou um contrato com pagamento antecipado integral para uma empresa sem experiência no setor médico, que nunca entregou os equipamentos prometidos, avaliada em R$ 48 milhões.

Gonet encaminhou o caso para o Supremo Tribunal Federal (STF), onde a análise ficará a cargo do ministro Flávio Dino. No documento enviado, o PGR aponta indícios de crimes, incluindo dispensa irregular de licitação, e destaca que a empresa contratada, Hempcare Pharma, tinha capital social ridículo e poucos funcionários, o que levanta dúvidas sobre como conseguiu fechar o negócio bilionário.

Apesar das acusações, a assessoria de Rui Costa rebateu afirmando que não há provas de envolvimento do ex-governador nas supostas irregularidades. A defesa ressaltou que o Ministério Público já eximiu Rui de culpa e que ele mesmo ordenou investigações policiais assim que se constatou o sumiço dos respiradores.

O caso, que havia chegado à primeira instância federal após o término do governo Rui, voltou ao Supremo por causa das mudanças no foro privilegiado. O contrato irregular ocorreu quando Rui presidia o Consórcio Nordeste, responsável pela compra dos 300 respiradores nunca entregues, alimentando um escândalo que ainda repercute.