Na próxima sexta-feira (11), três nomes que mantêm acesa a chama do samba em Feira de Santana — o sanfoneiro Luizinho dos 8 Baixos, Marcinha Sambadeira e Mestre Paraná — vão se reunir no gabinete do prefeito José Ronaldo de Carvalho para discutir o futuro da Praça do Tropeiro, berço do movimento cultural que sobrevive sem qualquer apoio oficial: o tradicional Samba da Praça do Tropeiro.

Mais que uma simples roda de samba, o encontro semanal é um verdadeiro fenômeno cultural que preserva uma tradição genuína das feiras livres do sertão nordestino, onde o samba se mistura com a sanfona em uma pulsação única e típica da região. Apesar do abandono visível, com banheiros destruídos, lixo acumulado e aumento da insegurança, o samba segue firme toda segunda-feira, reunindo músicos, sambadores, moradores e curiosos que transformam o espaço degradado em palco de resistência, memória e orgulho local.

O convite para o encontro partiu do próprio prefeito, que pretende abordar o projeto de reforma da Praça do Tropeiro, localizada perto do Centro de Abastecimento, um espaço que clama por atenção urgente. Para os artistas e frequentadores, esse diálogo é uma oportunidade histórica para que suas vozes sejam ouvidas e suas necessidades incluídas na revitalização do local, reconhecendo o peso cultural e social do samba que floresce ali, mesmo sob a sombra do abandono.

O Samba da Praça do Tropeiro é prova viva de que cultura e resistência caminham juntas, ocupando e reinventando espaços públicos esquecidos. A expectativa é que, finalmente, o poder público enxergue com respeito essa força popular que, há anos, transforma descaso em festa e resistência cultural em cidade viva.