Santanópolis, pequena cidade baiana com pouco mais de 8,7 mil habitantes, vive um verdadeiro choque de gestão financeira. Sob o comando do prefeito Vitor do Posto (MDB), o município amarga a liderança entre os mais endividados da Bahia, com uma dívida assustadora que ultrapassa R$ 25,7 milhões em 2024, segundo dados do Tesouro Transparente. Esse cenário de crise acaba de ser agravado a partir de uma condenação do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), que multou o prefeito em R$ 5 mil, por irregularidades, e abriu caminho para contestações judiciais.

Enquanto os servidores públicos sofrem com cortes em seus salários – numa tentativa da prefeitura de custear eventos festivos locais – a administração municipal toma decisões no mínimo questionáveis. Um exemplo é a contratação, sem licitação, do Instituto BRB para realizar concurso público, no valor de R$ 214.610,00. Surpreende o valor saltado, já que municípios muito maiores pagaram quantias bem menores para serviços semelhantes: Jaguaquara pagou R$ 57 mil, Retirolândia R$ 146 mil, Ichu R$ 40 mil e Conceição do Coité R$ 116 mil, mesmo com populações muito maiores e concursos maiores.

O quadro revela uma preocupante desconexão entre o sofrimento da população e a forma como os recursos públicos são geridos. Ao passo que servidores perdem parte dos seus vencimentos, a prefeitura investe cifras exorbitantes em contratos astronômicos e eventos festivos. Essa combinação inquietante traz o alerta para a urgente necessidade de transparência e responsabilidade, clamadas por moradores e especialistas que acompanham o destino do dinheiro público na cidade.